quinta-feira, 15 de abril de 2010

Especial Brasília 50 anos: Crescimento para o sul


Blog: Rede Integrada de Transporte Coletivo

13/04/2010

O metrô do Distrito Federal passa por expansões. Até 2010 terá cinco estações inauguradas e 48 novos vagões. A estimativa é aumentar o número de passageiros de 160 mil para 350 mil por dia. “O crescimento favorece só o lado da Asa Sul. Moro numa cidade pra lá da Asa Norte e fiquei decepcionada com a informação”, reclama Cecília Araújo, 31 anos, analista de sistemas que trabalha no Plano Piloto e comprou um carro para se deslocar de casa ao serviço. O Secretário dos Transportes, Alberto Fraga, diz que o metrô e o VLT já têm trechos programados para a Asa Norte, porém, não fazem parte dos trajetos previstos na primeira etapa. “Achei que o VLT preencheria essa falha”, lamenta Cecília. A primeira linha do Veículo Leve sobre Trilhos irá ligar o Aeroporto Juscelino Kubitschek ao Terminal da Asa Sul, percorrendo a W 3 na Asa Sul, um dos trechos mais congestionadas do DF, pelo qual passam 60 mil carros e 800 ônibus por dia. O VLT pretende retirar 30% dos carros daquela rodovia para aliviar o trânsito.

“O metrô oferece vantagens. Além da economia de tempo, eu não preciso procurar estacionamento, não tenho que pagar o flanelinha nem correr o risco de ter o carro roubado. Andando de metrô também criei o hábito da leitura. No ano passado, li 18 livros. Mas o metrô precisa de melhorias, como ampliar a linha para outras regiões, tarifa mais baixa, redução do tempo de espera nas estações, boa ventilação interna e funcionários treinados para evitar a superlotação", diz Natália Morato, 25 anos, analista de ciência e tecnologia.

Investimento nas calçadas

A cidade começa a abrir espaço para quem quer caminhar com qualidade. “O crescimento urbano deixou o pedestre em segundo plano. A ideia é devolver a ele o devido lugar”, diz Marcia Muniz, engenheira civil e coordenadora técnica da Comissão Permanente de Acessibilidade do Distrito Federal. Nos últimos três anos, foram recuperados 30 km de calçadas no Plano Piloto e construídos 200 km de novas calçadas no Distrito Federal. A comissão visa também tornar a cidade mais humana e convidativa para caminhadas plantando árvores próximas ao meio-fio, proporcionando boa iluminação noturna e aumentando as faixas de pedestres. Na opinião do professor Joaquim Aragão Andrade, é preciso construir, mas também fiscalizar: “Muitas calçadas são aproveitadas como extensão de restaurantes. Precisamos de uma gestão, sim, mas com fiscalização severa”. os trens.”

“O trânsito em Brasília é estressante. Prefiro usar os sapatos como meio de transporte. Vou ao trabalho e volto para casa caminhando e não acho que de ônibus seria mais rápido por causa do congestionamento. A pé, estou fazendo um bem para mim e para o coletivo. Acredito que as pessoas não caminhem em Brasília por uma questão cultural, mas também concordo que faltam investimentos para a melhoria das calçadas.”diz Mauro Burlamaqui, 43 anos, fotógrafo e jornalista, caminha diariamente 8 km.

Ciclovias integradas

O projeto Pedala DF tem o ambicioso objetivo de construir 600 km de ciclovias, 300 km até 2010, transformando Brasília na cidade com pista mais extensa do país. “Porém, para que a bicicleta seja um veículo de locomoção efetivo, é preciso que haja pontos de integração com os principais transportes públicos”, opina Leonardo Firme, urbanista do projeto. A questão foi avaliada e serão criados 11 bicicletários em estações de metrô, pontos de ônibus e de VLT. “Assim, a bicicleta poderá ajudar na melhoria da mobilidade urbana, mais especificamente em trajetos pequenos e nas vias transversais às principais avenidas do Plano Piloto, com bastante demanda e carente de transportes públicos”, explica Cassio Taniguchi, lembrando que Brasília é uma cidade plana, com períodos de seca bem estabelecidos e, portanto, muito oportuna para o ciclismo.

“Adotei a bicicleta como meio de transporte por me oferecer mobilidade superior quando comparada a qualquer outro meio no horário de pico. Os problemas que encontro são a falta de ciclovias, o desrespeito dos motoristas com a bicicleta e até mesmo o preconceito contra o ciclista. No meu trabalho, os seguranças criam dificuldades para que eu entre de bermuda no prédio e possa chegar ao banheiro mais próximo e mudar de roupa.” diz Ronaldo Alves Monteiro, 53 anos, servidor público, vai ao trabalho e volta para casa de bicicleta.

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